sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Plano de Actividades

Nota Introdutória

Um Plano de Actividades é um documento que consiste na delineação de estratégias/actividades por parte de uma ou várias instituições, para um projecto que se pretende dinamizar, segundo determinados objectivos previamente estabelecidos.

Inaugurada no dia vinte e sete de Setembro de 2006, a Biblioteca Escolar de Brejos fica situada na freguesia de Olhos de Água, concelho de Albufeira, dentro das instalações da Escola Básica do Primeiro Ciclo do Ensino Básico.

Mais importante do que elaborar um plano, é obrigatoriamente necessário estabelecer o que se pretende. Neste caso particular, os cento e trinta e cinco (135) alunos, os sete (07) professores, as cinco (05) auxiliares de acção educativa e toda a restante comunidade educativa (pais, ex-alunos,...) vão ter acesso a um Centro de Documentação que pretende dar resposta às necessidades educativas, seja no acesso aos documentos (material impresso e não livro), seja no acesso a outros recursos como as novas tecnologias.

A organização da Biblioteca Escolar está descrita no “Manual de Procedimentos”.

O papel da formação de professores (e de bibliotecários) é extremamente importante, pois a homogeneidade das turmas e das escolas acabou à muito tempo, e todos nós sabemos como é imperioso a aquisição e a constante permanência de hábitos de leitura.

O fenómeno da implementação da leitura pode ter um Plano Nacional, mas a especificidade de cada instituição, de cada aluno e de cada turma conta muito. Começa nas condições físicas das próprias instituições, no interesse e na vontade de todos (professores, bibliotecários, pais, os próprios alunos, as autarquias, o Governo) em colaborar. Temos de começar a pensar num todo, num objectivo comum, abrangente a todos, sem excepção, partindo do geral para o particular.

O Plano Nacional de Leitura apareceu para diminuir o fenómeno de “iliteracia” no nosso país, no sentido de alargar os hábitos de leitura e desenvolver as competências dos portugueses. Para tal, é conveniente toda a comunidade envolvente participar activamente. Esta Biblioteca Escolar tem de estar em sintonia com a Biblioteca Escolar da Sede de Agrupamento, e consequentemente, com a Biblioteca Municipal de Albufeira. As instituições de ensino são parceiros inseparáveis e indispensáveis, daí a necessidade de haver uma sintonia perfeita perante os planos de dinamização e de articulação com as respectivas entidades.

A Biblioteca Escolar de Brejos segue as directrizes que são referidas no Manifesto da Biblioteca Escolar, aprovado pela UNESCO, na sua Conferência Geral em Novembro de 1999. Assim, a missão será a de disponibilizar serviços de aprendizagem, livros e recursos que permitam a todos os membros da comunidade escolar tornarem-se activos críticos e utilizadores permanentes.

Estes serviços de aprendizagem, ainda segundo o referido manifesto, devem ser disponibilizados “de igual modo a todos os membros da comunidade escolar, independentemente da idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua e estatuto profissional ou social”, sendo que, “aos utilizadores que, por qualquer razão, não possam utilizar os serviços e materiais comuns da Biblioteca, devem ser disponibilizados serviços e materiais específicos.”

1. Objectivos Gerais

A) Criar e estimular hábitos de leitura nos alunos, professores e auxiliares de educação da EB1 de Brejos;
B) Apoiar os alunos, professores e auxiliares de educação da EB1 de Brejos na selecção e utilização da informação;
C) Dinamizar diversas actividades de forma integrada, com as diversas estruturas da EB1 de Brejos (Agrupamento, Biblioteca e Ludoteca)

2. Ano Lectivo 2007-2008

Dado que, só este ano lectivo é que foi concluído o Tratamento Documental – tratamento técnico específico, com a finalidade de facilitar a pesquisa/procura, satisfazendo os pedidos dos utilizadores (alunos, professores, auxiliares de educação, pais, ex-alunos) tendo obrigatoriamente de ser o mais claro e explícito possível – a partir de Janeiro de 2008, irão realizar-se diversas actividades, abrangendo todos os alunos do Primeiro Ciclo desta instituição escolar, bem como os respectivos professores e os restantes membros da comunidade educativa.

Qualquer actividade relacionada com a sistematização da aprendizagem da leitura e da escrita passa por um conhecimento prévio do espaço/instituição onde vão desenrolar-se as actividades; isto é, não se consegue motivar uma criança para uma prática sistemática de leitura/escrita sem a mesma entender o porquê dessa prática, ou quais os benefícios de tais aprendizagens. Os alunos do Primeiro Ciclo do Ensino Básico são, actualmente, mais exigentes com as novas actividades que as instituições de ensino lhes proporcionam.

Por outro lado, cabe aos professores/dinamizadores das bibliotecas escolares manifestarem, desde logo, as regras e as políticas de intervenção aos seus alunos, nunca descorando a “liberdade de escolhas e de movimentos” por parte dos mesmos. Deste modo, impede-se qualquer desentendimento entre os professores e os alunos.

Os alunos necessitam obrigatoriamente de conhecer o espaço onde irão desempenhar as suas actividades. Não basta:
- Olha, hoje vão ver um teatro de fantoches na biblioteca!
Os alunos têm de conhecer o espaço, reconhecer os diferentes tipos de bibliotecas, saber como funcionam (minimamente):
- Identificar os livros que não podem levar para casa;
- Respeitar o tempo de permanência dos documentos emprestados;
- Saber procurar os documentos;
- Identificar os documentos por assunto;
- Respeitar as regras de funcionamento da biblioteca…)

Nos dias de hoje, o público infanto-juvenil não tem referências literárias. Contam-se pelos dedos aqueles que por iniciativa própria têm automatismos próprios de leitura ou de produção de texto escrito, apesar de manifestarem o gosto pela leitura.

A caminho da adolescência, as referências literárias são obtidas a partir de ”obrigações” impostas pelos professores/encarregados de educação. Um dos principais objectivos deste Plano Nacional de Leitura consiste precisamente na obtenção desses automatismos de modo a que as nossas crianças possam melhorar os seus conhecimentos, bem como enriquecer o seu vocabulário permitindo que a língua de Camões evolua e seja cada vez mais rica.

Não faz sentido uma iniciativa como o Plano Nacional de Leitura pôr de lado a evolução dos novos tempos. As Novas Tecnologias já têm proporcionado às instituições de ensino abordagens complementares, nunca esquecendo o rigor científico dos conteúdos, um forte apoio nas sistematizações das aprendizagens realizadas pelos alunos, como foi o caso do Programa CB-TIC@EB1, iniciado em 2002 e terminado em 2006. Um exemplo: a exploração de um conteúdo como o “Sistema Solar” na sala de aula torna-se mais rico quando se consegue visualizar uma movimentação acelerada, mas real, a partir da Internet de um planeta. E porque não ir à biblioteca fazer uma exploração mais completa e variada?

Por outro lado, a Internet permite a partilha de informação e a realização de intercâmbios com outras escolas, não só do distrito, mas também do resto do País. Neste ponto, os alunos sentem-se motivados para apresentar os seus trabalhos a outros colegas/amigos. A certificação dos alunos do 4º ano de escolaridade com o Diploma de Competências Básicas em Tecnologias da Informação e da Comunicação é uma excelente iniciativa motivadora, não só para os alunos que transitam para o 5º ano, mas também para os restantes. Obviamente, a certificação passa por uma formação específica enquadrada na dinamização da própria Biblioteca Escolar, que também passa por elaborar/dinamizar uma página web.

No caso particular da Biblioteca Escolar de Brejos, noventa e nove por cento dos documentos são apropriados à respectiva faixa etária: entre os seis e os dez anos de idade, correspondendo ao Primeiro Ciclo do Ensino Básico. No entanto, também é importante, os alunos terem um contacto com documentos mais elaborados de forma a estabelecerem as naturais diferenças entre os mesmos. Neste ponto em particular, a Biblioteca Municipal terá um papel fundamental.

Também não faz sentido, depois de uma leitura/análise de um determinado documento não haver uma reflexão do mesmo. Qualquer sujeito, independentemente da sua idade tem capacidade para comentar nem que seja para dizer se gostou ou não. É claramente outro grande objectivo do Plano Nacional de Leitura: a manifestação, por parte dos alunos, da compreensão (ou não) do livro, da sua mensagem, da lição que podem retirar… Trata-se de uma análise mais tradicional no sentido dos alunos saberem distinguir os principais elementos do livro: identificar o autor, o tipo de obra (banda desenhada, histórias infantis, contos tradicionais, livros de aventuras…), as personagens, a evolução da própria história…

Daí a ideia da criação da “Ficha de Leitura”. Uma actividade simples, mas que coloca em marcha um pressuposto do conhecimento do documento em questão por parte do aluno. E porque não pedir a esse mesmo aluno uma representação gráfica (um desenho) da história que acabou de ler/analisar?

São questões em que devemos reflectir, pois está em causa o desenvolvimento cognitivo das nossas crianças cuja responsabilidade passa por todos nós (professores, pais/encarregados de educação, auxiliares de acção educativa), toda a comunidade educativa.

Gonçalo Manuel Ferreira Duarte da Silva
Estagiário no âmbito do PEPAL na Divisão de Educação da Câmara Municipal de Albufeira – Dinamização de Biblioteca Escolares

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